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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tem cheiro de coisa ruim no ar... (parte 2)

O povo não sabe votar. Será?
Para responder esta pergunta, primeiro temos que entender o que é “saber votar”. Geralmente quando criticamos o político que foi eleito não estamos pensando no nosso voto. Estamos criticando o voto do outro. Porque o problema é sempre do outro, certo?
Virou senso comum afirmar que o Congresso precisa de renovação. São 513 Deputados Federais e 81 Senadores da República. Proponho, então, um breve exercício analítico. Supondo que haja novas eleições com a seguinte regra: quem já detém o poder não poderá se candidatar. Qual será a “cara” do novo Congresso? Pessoas mais probas do que as que lá estão hoje? Mais capacitadas? Mais engajadas? Ouso dizer que serão eleitos políticos com perfis muito similares aos atuais. E a razão para isso é muito simples. Os representantes do povo são exatamente REPRESENTANTES do povo. Espelho do povo. Retrato do povo. Tradução do povo. Se cada povo tem o político que merece, cada político tem o povo que merece, que o elege e que o reelege. E aí? O povo sabe ou não sabe votar?
Pergunta difícil. Por um lado, pode-se dizer que o povo não sabe votar porque falta um documento básico. E antes que você diga o óbvio não é o título de eleitor. Falta o maior patrimônio que o ser humano pode adquirir ao longo de toda sua vida: EDUCAÇÃO.
Você acha possível cobrar postura ética e cidadã de nossos legítimos representantes se, em situações cotidianas, não fazemos a nossa parte? Qualquer oportunidade e já estamos furando fila. Mais uma brecha e estacionamos o carro impedindo a saída de alguém. Rua que se preze tem que ter ponta de cigarro decorando a calçada. Buzina é pura diversão. Festa em casa? Ficamos surdos para o volume exagerado e quaisquer reclamações. O “tô nem aí” impera. Se tais atitudes são observadas nos pequenos hábitos e costumes do brasileiro que dirá quando ele se vê de uma hora para outra vestindo a roupa do poder, muitas vezes sem preparo ou qualificação técnica.
Na minha opinião as coisas teriam um cheiro muito mais agradável se todos pudessem receber a “Cédula da Educação” e transformar a hora do voto em um belo exemplo de cidadania.
A narrativa deste texto na primeira pessoa do plural é de propósito e visa chamar sua atenção para o problema da generalização. Papo para o próximo post. Fique ligado..!
(Nando Faro é correspondente especial do facebook)

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