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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Alimento do Preconceito

Ao final do texto anterior, alertei para o "incômodo" da narrativa na primeira pessoa do plural. O propósito foi levantar a bola sobre a generalização e seus efeitos, revelando como, com a ajuda do tempo, ela pode fomentar novos preconceitos, tornando-os "socialmente aceitos". Exemplos? Brasília como sinônimo de corrupção. Nordeste como exemplo de atraso. Conduta correta como atestado de burrice. Política como contravenção. Ateísmo como pacto com o diabo. Empresa honesta como negócio falimentar. Mulher como sendo "mais isso". Homem como sendo "mais aquilo"... O que cheira mal nessa história toda é que a origem desses preconceitos são manifestações que surgem tanto de pessoas sem acesso à educação quanto de cidadãos com elevado nível de escolaridade. Estamos o tempo todo cercados por declarações que ratificam esse tipo de postura. Ou seja, todo mundo, a seu modo, adora dar uma generalizadinha. Opa! Até eu?!... Perceberam a armadilha? Se a generalização é o alimento do preconceito, é preciso evitá-la.  Orientar crianças e jovens desde cedo. Estimular o ato de pensar, refletir, questionar, interagir e mobilizar. Minimizar os efeitos desse nosso traço cultural. E, antes que a gente terceirize mais essa responsabilidade para a escola, façamos a nossa parte. Em casa, no trabalho, na rua. Com filhos, sobrinhos, primos ou netos. Sejamos mais atentos para banir de nossos discursos as generalizações desnecessárias. Lembro que a mídia pode ser uma grande aliada, apesar de saber de casos em que contribuiu ativamente para o fortalecimento de preconceitos. É papel da mídia ajudar a sociedade, como termômetro importante que é. Mas isso é papo para o próximo post...
(enviado nesta data por Nando Faro, correspondente especial do blogue)

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