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terça-feira, 19 de abril de 2011

Qual bullying ???


Em uma escala que vai da inconveniência à crueldade, o bullying está muito mais presente fora da escola do que se imagina. Ele nasce da falta de educação. Cresce alimentado pelo preconceito. Manifesta-se, nos casos mais raros, por meio de atitudes que beiram o sadismo. Não importa a idade, sexo ou time para o qual se torce, em maior ou menor grau, somos ora vítimas ora algozes dessas agressões rotineiras que se convencionou chamar de bullying. A questão é: qual tipo de bullying estamos tratando? Em casa, com irmãos ou primos, quem nunca presenciou uma cena de bullying familiar? Sabe aquela menina séria, gordinha e que usa óculos “fundo de garrafa”? A recordista de apelidos? Não é difícil imaginá-la. Minha miopia foi durante anos motivo de gozação de parentes. Nas festinhas da adolescência, quem nunca viu o rapaz tímido e franzino ser constantemente isolado pelos grupinhos que o consideravam “out” e certinho demais para fazer parte da turma? A isso chamamos bullying social? Duvido que no trabalho não se tenha, alguma vez, presenciado a pressão psicológica das equipes sobre o empregado novato; aquele cara que discute tudo, pergunta tudo e quer sempre inovar. O coitado é alvo certo do bullying empresarial (esse o Google conhece). Se aprofundarmos o assunto, podemos chegar às perseguições religiosas, traçando sua evolução da Idade Média até o novo Milênio. Bullying sagrado? Teológico? Ainda não inventaram o nome certo para essa e outras intolerâncias. Até bullying geográfico (ou regional, se preferir) existe por aí. Em SP, todo nordestino é “baiano”. No Rio, “paraíba” atende melhor. Pior mesmo são os candangos. Sofre quem nasce ou mora na capital da República. O que deveria ser motivo de orgulho, é razão de constrangimento, ofensa e até humilhação. Brasília é tida indevidamente como reduto de corruptos e criminosos. Contra ela o bullying é intenso, especialmente o bullying jornalístico, praticado pela imprensa que se autoproclama nacional. Para completar minha lista bullymática, chamo atenção para um tipo que tem se revelado extremamente perigoso: o bullying ideológico. De risco epidêmico, seus efeitos colaterais são tão devastadores que ameaçam qualquer pacto social. É de longe o mais cruel. Ao padronizar o pensar, o bullying ideológico também escraviza, sem pensar...

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