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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

domingo, 30 de janeiro de 2011

Escolha (de Horlando)

"Vira no universo e na mente
os grande enigmas da gente.
Dessa inquietude, as perguntas:
ora impulsivas, ora irreverentes.
E desse insaciável orgasmo,
o sabor de um novo vinho,
um outro mar, um outro caminho..."

Escolha

Preciso tomar uma decisão. A natureza? Não sei. Não adianta dizer que é só profissional. Nunca é. Voltando, nada melhor que transferir alguma responsabilidade para amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos, enfim, quaisquer seres que estejam ligeiramente interessados em mudar o destino alheio. Afinal, a vida é uma sucessão de escolhas, certo? E o mais interessante é que sobre elas acreditamos ter alguma escolha... ops!... não é hora de filosofar... Só quero avisar que inseri na coluna à direita do blog uma enquete que ficará no ar até o primeiro dia útil depois do Carnaval. Depois disso restará decidir...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Historietas de Horlando - Cap.5

O velho Quintino era mesmo uma "figuraça". De sua poesia esperava muito pouco. Um certo prestigio no meio acadêmico, sucesso entre as mulheres e uma ou outra branquinha por conta da casa. Mas para pagar as contas...niente. Há muito tentava a vida pública. Durante as eleições para Presidente da República, um dos candidatos à Vice resolveu visitar o Ceará. Quintino, cabo eleitoral dos mais atuantes, foi quem organizara o comício. A esperança do cearense era ser indicado para cargo de terceiro escalão. Durante discurso improvisado, o político cometeu inúmeras gafes, prometeu chuva para todo o Nordeste e cometeu diversos atentados contra a língua portuguesa. À certa altura, bastante impaciente, um dos presentes aproximou-se de Quintino e comentou baixinho: "Já reparou como o candidato emprega mal os pronomes?" No que o poeta rebateu prontamente: "Isso não tem a mínima importância, homem! Eu quero é que ele EMPREGUE bem os SUJEITOS"!!!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Historietas de Horlando - Cap.4

Sempre fui insigne motorista. Adquiri tamanha destreza ao volante que suspeito de pilotos desencarnados valendo-se de minha substância física e divertindo-se novamente nas rodovias da minha vida. Poucas vezes estive envolvido em acidentes de trânsito. Nunca dirigi embriagado. Não bebo. Gosto de cuidar bem de meus carros. Tenho a mecânica como hobby. Pode-se dizer que quando o assunto é asfalto sou “ficha limpa”. Ou melhor, era...
...era final de uma manhã cinzenta. Céu nublado. Combinara com a mulher que almoçaria em casa. Passara dos 70 quando o sinal amarelou e o carro da frente resolveu frear bruscamente. Mesmo distante, a colisão foi inevitável. Desci assustado. Mais pelo barulho do que pelo baque. Deparei-me com o condutor. Jovem, moreno, alto, forte (bombado, diria meu neto), acompanhado de outros quatro jovens de mesmo quilate. Tremi. Sim, nordestino também treme nessas horas! Ainda assim, impulsionado pelo orgulho de cabra macho sim senhor e transbordando de razão, despejei toda a ira do sertão cearense sobre eles, convicto de minha inocência. O “irresponsável” avançava sobre a faixa de pedestres no momento exato em que resolveu parar, denunciando total imperícia. Reclamei, xinguei, esbravejei... Os cinco olhavam-me como se fosse um doidivanas. O condutor pediu que me acalmasse. Em seguida, apontou para a avaria. O pára-choque havia afundado tanto que amassara o porta-malas. Intrigado, olhei para meu carro: intacto! Cheguei mais perto. Agachei o máximo que meio século de vida permitia e constatei o que havia intuído desde o início. Os sacanas estavam querendo me passar a perna. “Não fui eu!” Apontei para baixo e mostrei a eles que o pára-choque do meu carro posicionava-se bem abaixo do deles. Portanto era impossível ter tido algo a ver com aquele estrago todo. No máximo, contribuíra com mais um “arranhãozinho”. “Essa batida aconteceu antes. Vocês estão querendo me enrolar. Meu carro é muito mais baixo que esse!!!” Estava indignado. Arrisquei sair de cena. O líder da turma segurou meu braço. Disse que o carro era zero. Apontou para o painel que registrava menos de mil quilômetros rodados. Descarado, cobrou o conserto. “Sem chance!”, respondi. “E se insistir, contrato perícia para por um ponto final nessa canalhice.” Entrei intrépido no carro. Esperei. Os cinco deram os ombros. Desistiram. Ufa! Um a um seguiram adiante inconformados. “Idiotas”, xinguei baixinho. Acompanhei o último deles e... opa! Espera um pouco... O pára-choque batido, por milagre, alinhara-se ao meu. O que aconteceu? Simples. O peso dos mamutídeos fez com que o veículo arriasse mais de vinte centímetros, deixando-o na mesma altura de antes. Em segundos passei de vítima a réu. E a culpa (que não era pouca) sorrateiramente cedeu lugar à vergonha...

domingo, 16 de janeiro de 2011

7 Pecados Capitais do Brasileiro

SOBERBA: entrar no elevador antes de todos saírem e sair do elevador depois que todos entraram.
GULA: comer produtos colocados no carrinho do supermercado e não pagar por eles.
INVEJA: convencer a loja a vender o carro que o vizinho (ou chefe ou cunhado) havia reservado.
AVAREZA: tirar cópias de documentos pessoais no trabalho e levar resmas de papel para casa.
LUXÚRIA: avacalhar a Previdência Social casando-se aos 90 com 20% da sua idade.
IRA: jantar no cinema, deixar o celular tocar no velório e torcer para o Botafogo.
PREGUIÇA: bloquear a escada rolante ao parar para cumprimentar amigos ou familiares.

dúvida: que outros nomes vocês dariam para esses pecados?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Historietas de Horlando - Cap.3

Sonhei que havia ganhado na megasena acumulada. Acordei com vontade de arriscar uns palpites, mas desisti na última hora. Não sou dado a jogos de azar. Das gincanas que participei na infância, não me recordo de conquistar sequer um pirulito. Dos bingos da mocidade, lembro do fiasco ao devolver as cartelas em branco. E foi assim até a fase adulta. Legítimo pé frio. Mas quando o assunto é blitz, sou sempre laureado. Da última vez, eu e Maria (a patroa) voltávamos da casa da minha cunhada na Tijuca quando fomos parados por duas viaturas da polícia. Gelei. A carteira estava vencida. “Documentos do carro e habilitação, por favor.” Entreguei os dois rezando por um milagre. “Dr., sua carteira de motorista perdeu a validade há mais de trinta dias. Não posso deixá-lo prosseguir”, informou a autoridade. Expliquei que estava trabalhando muito, que tentei agendar a prova no DETRAN por duas vezes, que estava a poucos quilômetros de casa, que morava na Tonelero, que o fato não voltaria a ocorrer, que sabia ter agido mal, que.., que.., que... Sensibilizado, o policial olhou para Maria e perguntou: “A Sra. dirige?” De pronto ela respondeu que sim e, abrindo sua bolsa, mostrou orgulhosa a habilitação. Maria tinha carteira, apesar de não pegar no volante há mais de 20 anos. Medo do trânsito carioca e pavor dos motoristas de ônibus. Confidenciou-me, certa vez, que os imaginava dinossauros correndo livres pela selva metropolitana, prontos para esmagá-la na primeira curva. Voltei novamente a atenção para o sermão que, agora, discorria acerca da gravidade e das conseqüências da falta cometida, citando artigos, incisos e alíneas do Código Nacional de Trânsito. Pausa para um muxoxo. Concluiu com o famoso "dessa vez passa", e disse que não me multaria desde que Maria tomasse a direção do veículo, conduzindo-o até chegar em casa. Congelei. “Maria??? Dirigindo até em casa??? Comigo no carro??? Nunca!!!”. A reação foi tão espontânea que não pensei no fato de melindrá-la. Era simplesmente uma questão de sobrevivência. Enervou-se. “Olha aqui, Dr., eu estou tentando quebrar seu galho. Ou Dona Maria dirige ou terei de rebocar o carro”. Dado o ultimato, resolvi apelar para o senso comum. “O Sr. está tentando ajudar... entendo... o que é coisa rara hoje em dia. O problema é que o Sr. não conhece minha mulher. Ela e o volante não combinam”. O policial olhou novamente Maria – cuja tromba já ultrapassava a janela do carro – e ameaçou impaciente. “O Dr. está me fazendo perder tempo. Resolva logo: vai deixar sua mulher conduzir o carro ou terei de apreendê-lo agora?”. Num lampejo, peguei meu caderninho de anotações e uma caneta e devolvi a ameaça. “Está bem, seu guarda. Maria guiará o veículo até nossa casa. Preciso só de uma gentileza sua. Assine este papel responsabilizando-se por qualquer acidente que venha a ocorrer com ou sem vítima fatal. Sou advogado e escreverei a declaração para que possa assiná-la, ok? Atônito, e vendo que falara a sério, liberou-me sob o olhar assassino de Maria. Ao chegar em casa, para meu azar companheiro, não trocamos palavra. Ela simplesmente arrumou o sofá da sala e obrigou-me a dormir sozinho por três longos sorteios da megasena...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Historietas de Horlando - Cap.2

Se Deus existe e é mesmo o Criador, tenho certeza de que sua obra-prima não foi Adão, mas Quintino, o poeta. Com forte inclinação para o lirismo, a quem  Ele dotou não apenas de inteligência, mas de sabedoria e de verve, destacou-se na vida pública por sua brilhante atuação nos tribunais cearenses, onde nunca perdera uma única causa (nem enriquecera por causa disso). Desprovido de números, sobravam-lhe as letras. Não surpreende, portanto, que suas histórias permaneçam vivas até hoje, formando verdadeiro legado cultural. Uma delas, lembro bem, aconteceu numa tarde de calor sufocante, em frente ao Colégio São Tomás de Aquino, localizado nos fundos da famosa Igreja de Nossa Senhora de Fátima, onde o poeta foi abordado por uma mendicante sexagenária que lhe rogou por alguns trocados para acalmar o estômago. Pobre, porém generoso, Quintino buscou no fundo do bolso a única nota que lhe restara das crônicas negociadas com o diário local. Algo correspondente a cinco reais, quando muito. Com extrema gratidão, a miserável senhora encarou-o de cima a baixo e disse: “Moço... moço... que bênção dos céus! Não sei como agradecer. Ah!... pensando bem, sei sim. Me diga seu nome todo para que eu possa pedir a Deus pelo senhor na missa de hoje”. Inconscientemente, o poeta deu um passo atrás e retrucou veemente: “Qual nada! Não lhe direi meu nome. Não quero que rezes por mim. Esqueça a caridade que não me custou nadinha nadinha...” A pedinte atônita, achando tratar-se de mais uma ovelha desgarrada do Senhor, insistiu: “Meu jovem... não diga tamanha heresia, por favor! É pecado. O céu pode escutar. Fale logo qual seu nome para que Deus possa ajudá-lo a salvar sua alma quando chegar a hora de deixar essa vida ingrata”. Sem pestanejar e munido do escárnio habitual da prática forense, o ilustre advogado proferiu a sentença: “Veja bem: se a senhora que O conhece, está sempre a Seu lado, com preces, rezas e sei lá mais o quê, Ele a deixou nesta situação, de total penúria, que dirá comigo, que nunca O vi, nunca Lhe dirigi palavra e nem sei se acredito em Sua existência... Aliás, se falar com Ele hoje, nem diga que me conhece!!!” E prosseguiu tranqüilo, descendo a rua em direção à praça onde lhe aguardava mais uma partida de gamão...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tempo

“Sobe”,  avisou solene. “Bom dia, seu Zé. Décimo quinto. E acelera que estou atrasado... Há há há!”. Quantas vezes ouvira aquela mesma piada naquele dia? Desolado, procurou conforto no perfume inconfundível da bela jovem a seu lado. Estava concentrada. Olhava para baixo, analisava papéis, planejava o dia. “Margarida é nome de flor”, dissera pela primeira vez que ela visitou seus domínios. Na “flor” da idade, completara o gracejo. Acabou ganhando um sorriso sincero. Talvez o terceiro em mais de 40 anos de serviços prestados. “Décimo quinto”. Saíram uns, entraram outros. Naqueles cinco metros quadrados, era cidadão respeitado. Competência indiscutível. Diferente de casa, com Dona Iara a queixar-se constantemente. Diferente do bar do Santana, onde pendurou até a medalhinha de ouro de São Sebastião para pagar as contas atrasadas. Diferente da banca do Mussa (aquele miserável) que engabelava seus sonhos. “Hiiiii, seu Zé, Leão foi na semana passada. Hoje deu cobra... a que engoliu o senhor”. Sim, era ali. Naquele pequeno espaço. Sentia-se bem. Comandava. Ordenava. Decidia. Para onde ir. Quando parar. Por vezes mudava o destino de alguém. Como é bom ter poder. Poder... Subir e descer. Era a vida de seu Zé. Subir e descer. Era a vida... Distraidamente fizera este comentário com Iara, deitados nus na cama. O sexo era agora bem diferente do que fora no passado. Gostoso assim mesmo. Mas onde ficava mesmo o poder nessa hora? Ah..! O poder estava no amor imensurável que ainda sentia por ela... “Pára de ‘fisolofar’ e mexe aí, homi”, impacientava-se a mulher. Conseguira o emprego de favor. O genro advogado tinha muitos conhecidos. “Garagem”. Pela imponência da voz só pode ser uma ‘toridade’. Além de tudo é careca. Todo careca tem poder. E é por isso que elas gostam mais, divertia-se. A ‘toridade’ pegou o celular e queixou-se: “sempre esqueço que aqui dentro essa porcaria não funciona direito.” Tentou duas vezes. Na terceira conseguiu falar. “Alô? Irene? Preste atenção que estou no elevador. Quero que anote o nome do novo chefe da administração aqui do prédio. Não... Ninguém sabe ainda. Vou nomeá-lo amanhã. O Barbosa dançou”. Seu Zé olhou para cima. Contagem regressiva. “Deus, não deixe o elevador parar agora”, rezou.O nome é extenso. Anote aí... É Rrrrr...”. A porta abriu e não foi mais possível ouvir a conversa. Muito menos o nome do seu futuro chefe, que ficaria no lugar do Barbosão. Três visitantes entraram. “Nono andar, por favor”. Passou o resto do dia pensativo. Naquela noite, ao deixar o posto, chegou a uma difícil conclusão. O que impedia sua profissão ser perfeita não era o salário pouco. Nem as piadinhas sem graça. Nem a rotina estressante do dia a dia. Isso não era problema. O lado ruim de sua profissão era lutar contra o tempo. O tempo era seu grande inimigo. O tempo detinha o poder. O tempo roubava o desfecho, o último capítulo, o final de todas as histórias...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Historietas de Horlando - Cap.1


Um amigo passou grande aperto outro dia. A mulher viajou e o devasso aproveitou o fim de semana para promover a maior patuscada da história do Rio de Janeiro. Reuniu galhofeiros de todas as zonas, libertinas de todas as cores, amantes do samba, do futebol e da carraspana... De tudo havia um pouco. A folia entrou madrugada adentro e transformou o que era para ser apenas mais um sábado de Carrefour em um evento memorável, para absoluto desespero dos vizinhos. Dia seguinte, a mulher ligou avisando que voltaria mais cedo, com "mamãe" a tiracolo. Nem bem desligou o celular, meu amigo expulsou de casa quem dormia pelo chão e arrumou o que pode, tentando lembrar o lugar certo das coisas, maquinando justificativas para eventuais mudanças na decoração. Chegou ao aeroporto a tempo de recebê-las com flores e um largo sorriso. Acomodou as malas no carro, inclusive “ela”, e fez o retorno. Conversa vai, conversa vem, percebeu num relance o par suspeito de sandálias vermelhas delicadamente encaixadas na fresta ao lado do câmbio automático. Culpa, arrependimento e pânico fizeram-no agir sem pensar: “Olhem! Olhem! ... Acho que tem um homem querendo pular daquele prédio ali...” e apontou para o lado direito do carro. No exato segundo em que as duas mulheres voltaram o olhar na direção indicada, pegou as sandálias e vupt..! arremessou-as de sua janela para fora do veículo. “Onde? Onde?” – indagaram as duas, sem entender o motivo da algazarra. Respondeu que havia se enganado e desculpou-se pelo susto com extrema desfaçatez. Aliviado, entrou na garagem cantarolando Roberto Carlos e divertindo-se, para sua surpresa, com o colóquio feminino sobre compras, novelas e outras futilidades. Abriu a porta de trás do carro para ajudar a sogra a descer quando percebeu a inquietação da velha. “Algum problema?” – perguntou – “Sim, sim. Minhas sandálias! Eu não sei onde foram parar minhas sandálias vermelhas!!!”            

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

No meio do caminho...

No meio do caminho tinha uma pedra...
E essa pedra era EU, com o perdão do poeta pelo mau uso da palavra.
Primeiro dia do ano. Manhã chuvosa de um sábado preguiçoso. Na fila do supermercado, por trás das grossas lentes sustentadas pela velha e frouxa armação, observava a angústia do rapaz do caixa que transpirava de ansiedade ao notar que o final da fila havia desaparecido do horizonte.
À minha frente, uma senhora de meia idade não tinha pressa. Era a dona da esteira. Parecia ter o dia inteiro para empacotar as compras. Separava-as por categoria de produto: laticínios, congelados, frios, enlatados etc., para desespero dos integrantes do MSV (Movimento dos Sem Vez).
Atrás de mim, um senhor, pouco mais velho que ela, dava mostras de impaciência. Sem constrangimento, ignorou a linha invisível da esteira rolante que dividia minhas compras das dele e começou a esvaziar o carrinho construindo torres de produtos que me fizeram lembrar a cidade de São Paulo.
Resolvi ganhar espaço e empurrei meus artigos para frente. A dona da esteira assinava o cheque quando escutei seu comentário irônico: “tem gente que não consegue mesmo esperar sua vez...”. Sem olhar para mim, deu uma piscadela para o rapaz do caixa e partiu, na certeza de que contribuíra para aumentar o nível educacional do povo brasileiro. O rapaz, motivado pelo mais vil sentimento de pena, abafou a risada com um espirro.
Minha vez. Percebi que teria bastante trabalho para identificar o que era de quem. “É ano novo, Tina!”. Apelei para o mantra popular. Pensando no tamanho da fila e no bem estar da coletividade, comecei a ensacar as compras tão rapidamente que ultrapassei o leitor do código de barras e tive de aguardar a passagem dos últimos itens. Ao término de tudo, entreguei o cartão de crédito e avancei o carrinho para o final da esteira, enchendo-o com as sacolas em tempo recorde.
Foi então que, ao voltar para finalizar a operação, deparei-me com o senhor apressadinho exatamente na posição que eu estava, bem em frente ao caixa (e ao meu cartão), puxando seus artigos e impedindo-me a passagem. “Com licença meu amigo, disse cortês, preciso digitar minha senha. Ao que ele respondeu olhando diretamente para o rapaz do caixa: “tem gente que não consegue mesmo dar a vez para o outro... é por isso que a fila e esse país não andam!!!”. O jovem, dessa vez, bem que tentou mas não conseguiu evitar a gargalhada...

sábado, 1 de janeiro de 2011

no msn...

- bele?
- bele! bora no cine?
- ver o q?
- Tropa 2
- ja vi
- e ai?
- legal!
- igual 1 ?
- tem politica
- ah...q saco! to fora!
- pq?
- n gosto
- de politica?
- de politico
- ???
- tudo corrupto
- ah bom... entao vai ver o fb
- sobre o cara q inventou, ne?
- é... vi ontem, bacana
- to vazando...
- q foi?
- chefia chamando
- o meu viajou
- q bom, hein?
- é... vou postar as fotos da festa
- qual?
- da Tina
- a míope?
- é
- entao tá
- partiu!